DIA 5 – 30/04/13
Dharapani a Chame (2.710m): 5-6 horas de caminhada
Hoje nós lidaremos com algumas subidas com florestas, juntamente com
vários deslizamentos em rota. De toda forma, lembre-se de olhar para cima
porque nós seremos presenteados com vistas sensacionais de Lamjung Himal,
Annapurna II e Annapurna IV (7.525m). Pequenas águas termais aliviam o final do
seu longo dia de caminhada.
ROTEIRO REAL: Tal a Chame: 9 horas de caminhada.
"As rodas de oração funcionaram! Gabi amanheceu bem e após enfaixar
seu tornozelo até quase imobilizá-lo ela se dispôs a andar. Uma recuperação impressionante
para um inchaço que mais parecia uma laranja.
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O retorno da guerreira! Dêem um desconto para a cara de sono... |
Com a parada prematura em Jagat e a possibilidade de transporte
somente até Tal estávamos meio dia atrasados.
Deveríamos estar saindo de
Dharapani, vila que estava a quase duas horas de onde começamos a caminhada. De
qualquer maneira, combinamos de ir devagar e ver como o machucado da Gabi
responderia à trilha.
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Nepaleses trabalhando e cachoeira gigante ao fundo. Essa foi nossa saída de Tal, |
Pela agilidade e velocidade que Gabi caminhava logo deu para perceber
que ela estava bem mesmo, mas confesso que fiquei preocupado até o final. Após
o almoço forçado (não estávamos com a menor fome, afinal era 10h30 da manhã!)
começamos a deixar a parte larga e agitada do rio e as subidas aumentaram.
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Paisagens feias, não? |
Percebi que adentrávamos mais no interior da montanha, situação esta
confirmada pela vista que tínhamos de três picos nevados: Annapurna II e IV,
Lamjung Himal, todos a mais de 7.500 metros.
Quando partimos de Tal estávamos a 1.950 metros e as subidas constantes
e cada vez mais duras iam acrescentado metros na nossa conta. Gabi seguia bem
mas meu joelho e costas começavam a cansar.
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Cuidado com as mulas! Elas de fato podem te jogar pra fora das trilhas. |
Já caminhávamos a mais de 7 horas e ao mesmo tempo que queríamos
superar o atraso o corpo já não respondia do mesmo jeito que no começo da
manhã. Apesar dos desconfortos resolvemos seguir no sacrifício. Nesse ponto
Gabi reclamava mais das pernas e dos joelhos do que do tornozelo torcido.
Nesse dia de recuperação para o tornozelo da baixinha, segui a
trilha carregando tanto o daypack como a mochila de equipamentos fotográficos,
deixando-a sem nenhuma preocupação além de seu próprio machucado. O preço por
levar duas mochilas (nosso daypack e mochila da máquina) foi uma dor
insuportável que me fez passar uma delas para Gabi na última meia hora, mesmo à
contra gosto.
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Dia sem noção de puxado para alguém em recuperação. Mas a baixinha aguentou! |
A cada vila que entrávamos torcíamos para ser Chame, nosso destino
final, mas esta parecia nunca chegar. Após pontes de cabo de aço e ladeiras sem
fim avistamos mulheres subindo uma rampa de quase 60o carregando
cestos de palha lotados de lenha, esse era o sinal que Chame estava próxima.
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As encruzilhadas do caminho. Ah, era pra esquerda mesmo. |
A cena brutal também nos deu motivação e depois de 9 horas de muita
subida atingimos os 2.710m em que a vila de Chame se erige. Em mais um hotel
xexelento, finalmente conseguimos um revigorante banho quente.
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Gabi, Guiam (nosso guia) e Prem (carregador) na chegada a Chame: vitória! |
Enquanto escrevo, chove muito lá fora e já começo a me preocupar com
amanhã. Agora, no coração da montanha, é hora do merecido descanso e do
agradecimento aos deuses do Himalaia pela rápida recuperação da pequena
corajosa."
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O meu obrigado! |