Quando estávamos bastante apreensivos de como seria passar o Ramadã
no maior país islâmico do mundo, conhecemos um professor australiano
especialista no país que de maneira mágica nos deu à solução. Com uma cara de
“vocês não sabem nada”, disse quase como uma concessão a esses ainda – e sempre
- mochileiros: vocês devem ir para
Sulawese, onde quase ninguém é muçulmano e nem se percebe o Ramadã.
O que era um desânimo frente à essas ilhas míticas, que são casa de
tantos lugares famosos como Bali, Papua e Java, virou instantaneamente em
excitação. Agora sabíamos que exploraríamos uma das partes menos visitadas do
conjunto de mais de setenta mil ilhas sem a preocupação de encontrar tudo
fechado e gente jejuando por conta do feriado prolongado.
![]() |
Um dos muitos vulcões do círculo de fogo! |
Partimos pra cidade de Manado (a de maior porte do norte desse
conjunto de ilhas) e passamos uma noite tratados como reis graças a mais uma
baita promoção da Agoda.
![]() |
Detalhes do fundo do mar. |
De lá, pegamos uma barco rumo a um dos Dive Resorts mais
recomendados da pequena ilha de não mais que oito quilómetros quadrados.
![]() |
Duas "carangueijas" no mangue. |
O TwoFish não é o mais barato mas conta com excelente centro de mergulho (talvez o
melhor da ilha), com equipamentos bons e instrutores experientes e muito
simpáticos.
![]() |
Bela piscina e os bangalôs do Two Fish. |
O lugar faz o estilo ilha tropical ou paraíso na terra: uma piscina
incrível, chalés bem cuidados e uma prainha pouco aproveitável por conta da
natureza que envolve o resort em forma de mangue.
![]() |
Texturas do mangue. |
O show natural se dá por
conta da maré que sobe e desce revelando raízes e até corais que se formam a
poucos metros da entrada do lugar.
![]() |
Carangueijo de mangue. |
E o que falar dos mergulhos? Para um lugar que detém mais espécies
de coral que todo o Havaí, Bunaken é uma delícia para os amantes do esporte.
![]() |
Nada mal, não? |
O
Parque Nacional Marítimo de Bunaken, como é oficialmente chamado conta com os
mais diversos tipos de modalidades de mergulho: naufrágio, “muck” (que
conhecemos por lá, uma espécie de mergulho no areião , mas onde você encontra
um monte de bichinhos pequenos, como as coloridas “nudibranch” que a Gabi
adora), e principalmente paredões cobertos de coral e peixes coloridos.
Era uma ocasião bastante especial, especialmente para a Gabi, pois
ela voltaria a mergulhar com seu pai, o grande iniciador da família nesse
esporte fantástico.
![]() |
Gabi e Gambi em reencontro subaquático. |
E não poderia ter sido melhor! Caímos em uma água limpíssima, com
visibilidade de mais de vinte metros à uma temperatura de aproximadamente vinte
e nove graus.
![]() |
Peixinhos coloridos. |
Pra quem conhece da coisa, essas são condições muito difíceis de
se encontrar no Brasil. Muitos peixes, corais, e até habitantes locais de maior
porte, como diversas tartarugas verdes e hawkbill. Lindo!
![]() |
Procurando Nemo? |
O lugar não é bom só pra quem vai mergulhar, o snorkel também é uma
delícia. Entre a praia no mangue e o drop
off do paredão são mais de cem metros de corais em águas rasas com todo
tipo de peixinho e formações maravilhosas que só com máscara e snorkel são
perfeitamente exploráveis.
![]() |
Cores e formas. |
Perdemos horas e horas no fim da tarde com a cabeça
na água só observando o balé dos peixes e dos corais multicoloridos.
Outro motivo de orgulho para a família foi a coragem criada pela
Celina em desbravar o marzão. De mãos soldadas com Gabi ficou mais de duas
horas descobrindo o que o fundo do mar – tudo bem que esse fundo tinha mais ou
menos um metro e meio, mas está valendo! – pode te mostrar. Um momento de muita
superação.
Bunaken é um lugar de descanso. Mergulhar, tomar sol no deck da
piscina, comer e apreciar a paisagem de vulcões e ilhas em meio a um mar azul
cristalino.
Peixe-barba. |
Para quem queria uma Indonésia sem a preocupação de todo o rigor do
feriado muçulmano não poderíamos ter escolhido lugar melhor para começar nossa
pequena incursão no país.
![]() |
Estrada que liga uma ponta a outra na ilha. |
Como tudo que é bom dura pouco, logo deixamos a ilha para partir
para o sul de Sulawese onde teríamos novas descobertas. Para abençoar essa nova
jornada, dois acontecimentos muito especiais.
![]() |
Mergulhadores. |
O primeiro, ainda no barco que
nos levava para a ilha maior, de volta à Manado, um bando de golfinhos pulou em
volta do barco, dando o adeus que precisávamos para deixar esses mares.
![]() |
O barco de volta! |
O segundo veio na forma de algumas crianças que amenizaram nossa
espera no pequeno aeroporto de Manado nos ensinando sua língua e aprendendo
algumas palavras em Português.
Além das aulas, ainda encenaram uma dança bem no
meio da sala de espera. Como diria Gabi: um chuchu!